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WEBINAR: LIBERTEM AS CRIANÇAS


WEBINAR: LIBERTEM AS CRIANÇAS - A URGÊNCIA DE BRINCAR E SER ATIVO NA FAMÍLIA, NA ESCOLA E NA COMUNIDADE


No âmbito do Plano Anual de Atividades e indo ao encontro do Projeto Educativo do (AEV) Agrupamento de Escolas de Valpaços de 2019/2022, em que está proposto como ponto a melhorar “a participação dos pais na vida do Agrupamento”, realizou-se, no final da tarde do dia 2 de Junho, um Webinar organizado pelo departamento da Educação Pré-escolar, que encerrou a comemoração do Dia Mundial da Criança com um apelo do prestigiado Professor Catedrático Carlos Neto -Libertem as crianças – A urgência de brincar e ser ativo na família, na escola e na comunidade”.



Foram convidados a participar, no Auditório Arte e Cultura Luís Teixeira e na Escola Básica de Carrazedo de Montenegro, os encarregados de educação das crianças que frequentam a educação pré-escolar e toda a comunidade educativa do Agrupamento de Escolas de Valpaços.


Tendo exercido funções na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa e integrando vários organismos internacionais, o professor Carlos Neto destaca-se como um dos maiores especialistas mundiais no conhecimento da importância da “brincadeira” e do movimento em harmonia com a natureza no crescimento saudável dos mais pequenos.

O trabalho de investigação académica que desenvolve, há quase cinco décadas, legitima a sua brilhante comunicação dirigida para todos os presentes; encarregados de educação, educadores, professores, autarcas e assistentes operacionais.


Começou por apelar aos pais para se interessarem mais pela escola, convidando a uma reflexão sobre a agenda diária dos seus filhos, tendo realçado que alguns trabalham mais horas do que os próprios pais, passando tempo excessivo na escola/centros de estudo, não lhes permitindo disponibilidade para brincar de forma livre, um direito das crianças, essencial para o seu desenvolvimento. Referiu-se aos perigos que algumas crianças estão a viver pelo tempo excessivo em frente aos écrans, por vezes perdidas no quarto, com corpos passivos e posturas inadequadas.


Alertou para a iliteracia motora e a superproteção a que as crianças e jovens estão sujeitas no seu quotidiano, com o tempo todo ocupado e aprisionadas em espaços fechados. Considerando mesmo, a falta de oportunidade de tempo livre para as crianças brincarem uma negligência.


Apresentou evidências científicas dos benefícios do brincar, com uma dimensão terapêutica e como brincar é aprender em diferentes contextos, com liberdade, responsabilidade e participação com noção do risco.

Durante a sua comunicação sensibilizou os adultos para repensarem a gestão do tempo que fazem com as crianças, na família, escola e comunidade, alertando para a preocupação excessiva com a escolarização e os resultados escolares. “As crianças andam na escola para serem felizes, aprenderem a ser pessoas, não têm que aprender tudo rapidamente, fazer testes atrás de testes, só para ter médias para entrar na universidade”.


Defendeu a descentralização de políticas educativas, o acabar com a excessiva burocracia com que os professores e educadores estão confrontados. Um novo paradigma de educação mais humanista, naturalista, com uma dimensão ecológica, trabalhar juntos, em rede, projetos integrados com sentido para as crianças e jovens, com uma perspetiva intercultural, interdisciplinar, cidadania ativa e participação democrática.


Fez referência a modelos de educação de países do Norte da Europa, diferentes de Portugal, onde as crianças e jovens aprendem em diferentes espaços e essencialmente em contacto com a natureza. Uma escola onde não entra só o cérebro, mas sim o corpo no seu todo, para formar investigadores, exploradores, cientistas e artistas. Conhecer e aprender na comunidade em diferentes locais.


O Professor Catedrático Carlos Neto defendeu a urgência das escolas reconstruirem os espaços exteriores, com contextos desafiantes para as crianças, de modo a que façam parte dos projetos pedagógicos. Apresentou imagens de escolas e Jardins de Infância com espaços exteriores, verdes, onde a criança tem oportunidade de explorar a natureza; desde observar plantas, animais, subir a árvores, interagir com água, observar o clima, brincar na lama, andar à chuva, entre outras. Desafiou os autarcas, no âmbito das suas competências na educação, a reconstruirem os espaços exteriores, afirmando que os espaços físicos das escolas e jardins de Infância são fundamentais no processo ensino e aprendizagem, assumindo diferentes valores. É nos espaços exteriores que a criança tem oportunidade de ter o corpo ativo, de se confrontar com o risco, de se libertar, exprimir emoções, desenvolver a capacidade de adaptação, a criatividade entre outras competências para crescerem felizes.


Segundo o especialista "a receita para o sucesso escolar, para formar crianças e jovens mais saudáveis, física e mentalmente, assenta numa premissa simples: brincar muito, de preferência ao ar livre e com propostas pedagógicas centradas no aluno e na aprendizagem. É urgente, a emergência de uma educação baseada numa visão desenvolvimentista e ecológica do ser humano."


Pelo que observamos a adesão dos pais não correspondeu ao compromisso assumido e à relevância e pertinência da temática abordada, numa sociedade que corre contra o tempo deixando levar-se pelo consumismo sem refletir sobre o que é essencial para o equilíbrio emocional e a perspetiva humanista dos cidadãos.

Os profissionais da Educação de Infância persistirão, contudo, no cumprimento do seu dever de promoção do bem-estar das crianças.


Endereçamos o devido reconhecimento à Câmara Municipal por ter contribuído para a realização deste evento do qual nos orgulhamos.

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